Ah!, se do eterno verbo
Eu pudesse amar... Ah!
Ah!, se da cor dormente
Eu pudesse acordar
Estrela-cadente
Na sombra sonora do Teu calcanhar... Ah!
Ah!, se do eterno berro
Eu pudesse gritar,
Feito ferro em brasa
O ouvido esquentar,
Dar asas aos tímpanos
Para nem precisar escutar... Ah!
Ah!, se do eterno ácido
Eu pudesse provar,
Doce de sal
Mais amargo que o fel,
Viajando para sempre
Para além do céu
Como numa eterna
Lua de mel... Ah!
Ah!, se do eterno eco
Eu pudesse me livrar,
Ficando quieto
Para apenas cantar
Aquelas palavras
Que vêm me salvar... Ah!
Ah!, se do eterno ego
Eu pudesse me olhar,
Não sendo tão cego
Me desapegar
Dessa melancolia
Que só me faz lamentar,
Acordar desse sono profundo
Espelhado às dores do mundo... Ah!
Ah!, se do eterno som
Eu pudesse entoar,
Como a sílaba Om
Atravessar esse mar
De mistérios e sombras
Em que vivo naufragado... Ah!
terça-feira, 18 de março de 2008
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